quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Reflexão #01

É de grande pesar que a fé e a crença das pessoas em geral estejam se diluindo em conjecturas duvidosas. Todos temos o direito a questionar sobre quem somos, de onde viemos, pra onde vamos e tudo o que ocorre em nossas vidas.

Mais vale uma senhora de rosto bondoso levando seu netinho à igreja para rezar para Papai-do-céu do que mentes céticas, que ao invés de se limitarem a sua própria falta de perspectiva, põe-se a confundir e iludir mentes fracas e ignorantes que se agarram à primeira coisa que que lhes faz sentido e lhes dá segurança, seja por vias de lógica ou por elaborados sofismas.

Cada um tem o direito a seguir aquilo que acha certo, pois não há um “certo”. Caso haja, não se pode provar. O que eu não aguento mais e me deixa aflito é a puxação de tapetes. Se uma pessoa não quer ter uma religião, ótimo. Se quiser acreditar numa força maior, em Deus, Alá ou em politeísmo, ótimo. Ou então cultuar imagens, enfim, tudo o que se possa imaginar, é o desejo íntimo de cada um. O problema é que as pessoas não conseguem guardar suas idéias pra si. Religião não se discute. Por quê? Porque para cada pergunta existem centenas de respostas. Debates fazem as pessoas reavaliarem suas convicções, trocarem idéias, mas em geral só deixa tudo mais confuso. Por que não deixar as carolas bondosas que não fazem mal a ninguém quietas na igreja, os cultos evangélicos que estão sempre cheios se realizarem conforme as pessoas querem, enfim, todos quietos no seu canto? Mas não é o que acontece. Ataques verbais são comuns. Quando eu “possuía” um religião, ou seja, estava feliz com minhas convicções, tentaram me converter a todo custo à outra. A idéia é evangelizar que não tem religião, certo? Legal. Encheram-me tanto que ao invés de mudar acabei optando por nenhuma. Esse é um exemplo do processo de desevanlização, que está ocorrendo com cada vez mais frequência. É igual àquelas brigas que as pessoas tentam falar mais alto, gritar, para que ouçam seu ponto de vista. Há pessoas que cansam de gritar e simplesmente se afastam; eu e muitos outros. Mas a idéia não era falar de mim. Eu fui um mero exemplo.

Finalmente, tem uma religião que eu detesto com todas as minhas forças: A guerra. Seu ideal é a paz através conflito. A fé é a pontaria e a graça obtida é a morte. Destoante das demais, não? Por que eu acho que a guerra tem aspecto religioso? Porque como em todas as outras religiões desejam-se paz, saúde, segurança, etc... A grande diferença é que nas outras há piedade, ou seja, deseja-se pelo bem de todos e na guerra deseja-se a morte dos demais para o próprio bem. Morrer pelo próprio país? Para quê? Somente para não deixar nenhum dos seus morrerem para o bem dos outros. Somente para isso. É defensivo de ambas as partes. Não é para conquistar e sim para não perder. Todo mundo vê mas não enxerga. Que decadência.


Gustavo (Chicaum)

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Rumo

Esvazio meio copo cheio
Num copo meio vazio
E já não sei de qual bebo

Já estou cheio desse vazio
Desse quente-morno-frio
De viver num ponto cego

Não me drogo, não bebo
Será esse o segredo
Pra chutar balde de vidro?

Acho mesmo que devo
Sangrar em cada erro
E descobrir pra que sirvo.


Gustavo (Chicaum)