segunda-feira, 14 de março de 2011

sem título

O sol me esvanece a tua imagem
Miragem que precipita no horizonte
Lá por onde nuvens se desfazem
E o sol se esconde atrás do monte

Sei, pois, que tua companhia alegra
Integra meus sentimentos num só
Nó que só desata, quando, a tua espera
Acelera-me o coração sem ter-me dó

Fenece meu olhar em tua ausência
Sem essência meu sorriso se contrai
Só me trai quando insiste na insolência
E de inocência, de ti se enche e não se esvai


O suave pranto que assoma
Lava a alma da desilusão
Expurga o mal de ti, contido
No outrora sufocado coração

Doce é o sabor da lágrima, que
De teus lábios me faz lembrar
É, pois, meu último gosto de ti
É, pois, meu finado desejo de amar



Gustavo (Chicaum)