domingo, 28 de junho de 2009

Foi tempo

Tempo de vida sem pressa
De um passeio à beira-mar
De uma caminhada de mãos dadas
De admirar o luar

Tempo de ver pôr do sol
Tempo de amor verdadeiro
De fazer piquenique
De viver sem receio


Tempo de ter tempo
De aproveitar a vida
Sem faltar aos compromissos

Tempo de tomar uma bebida
Com um grupo de amigos
E andar de madrugada tranquilo


Tempo de cordialidade
De respeito e educação
Tempo de uma política
Que trata o povo como irmão


Tempo de choro de criança
Que nasce amada e acolhida
Que cresce pronta pra vida
E jamais fica desamparada

Tempo de fome suprida
Em que não se nega prato de comida
Que se preza por cada vida
E se dorme com a mente descansada.



Gustavo(Chicaum)

sábado, 14 de março de 2009

Pedaço de mim

Atirei ao céu
uma flecha que roubei
de um tal de cupido
e acertei teu coração

Atirei um boomerang
um que eu mesmo fiz
só pra buscar você
mas não voltou a minha mão


Em tantos sonhos te encontrei
e tantas vezes te beijei.
Em meio ao calor dos teus braços,
tua respiração e teus afagos
Na solidão do meu quarto acordei

Em tantas vezes eu pensei
se fiz tudo errado ou acertei
ao ter te renunciado.
Se o destino já está traçado
ou se de fato não me entreguei.


Atirei por fim um pedaço
e esse caiu na tua mão.
Pena que tenha sido em vão,
pois não era pedaço do céu
mas um retalho do meu coração.


Gustavo(Chicaum)

Natal

Sorrisos estampados nos rostos
Saboroso banquete servido à mesa
Muitos bons momentos em família
Alegrias que superam as tristezas

A alegria da criança à surpresa
Que de trenó deixou Papai Noel
O presente junto à arvore acesa
Entusiasmada rasga todo o papel

O vinho lava a alma dos males
Todas as brigas são esquecidas
O amor é brindado com cálices
Emoções verdadeiras são vividas

A magia da criança contagia
A união da família se refaz
Mas é uma pena que neste dia
Nem para todos é dia de paz

Não há mesa, banquete ou brinde
Crianças desde pequenas a aprender
Mesmo em meio a um mundo de magia
O maior presente é ter o que comer

Alguns precisam é se contentar
Em terem uns aos outros apenas
Papai presente não pode comprar
Então se atém às coisas pequenas

A generosidade é própria do homem
E Natal não é só presentes e ceia
Se há o verdadeiro amor em você
Tente fazer a felicidade alheia

Não deixe o significado se perder
Não deixe Jesus ser esquecido
Deixe o Papai Noel ser um sonho vivo
Não deixe o espírito do natal morrer.


Gustavo(Chicaum)

Sem título

Meu olhar é fixo na janela
Na espera de te ver chegando
Sorrindo

Meu coração ainda te anseia
Mas receia não resistir te ver
Partindo

Ainda que me recuse a aceitar a realidade
Contra-vontade renego meu desejo íntimo
Ponho-me a zelar por sua felicidade
Pois já não me sinto mais assim tão vivo

Mas o porvir há de ser generoso
E quiçá terá ainda mais bilho
Cabe a mim ser mais cauteloso
As oportunidades sou eu quem crio

Outrora atado a pensamentos ilusórios
Agora sou semi-livre desse doce-fardo
Ainda que tenha seu perfume gravado
Já não dormirei lembrando seus olhos.


Gustavo(Chicaum)

Todas as coisas

Todas as coisas bonitas
Todas as lágrimas vertidas
Estão mortas no passado
E presentes na memória

Todas as decisões repentinas
Todas as atitudes cretinas
Tudo que fiz de errado
Faz parte de uma história

É muito fácil de se tropeçar
Na linha que separa o certo do errado
Ainda que o preço do erro seja caro
Ainda não aprendemos a andar

O jeito é conseguir lidar
Com a dádiva e com o fardo
Ainda que este tão pesado
A melhor escolha é aceitar.


Gustavo(Chicaum)

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Pranto

Mais uma alma ferida
que de si e da vida
nada mais espera

Mais uma inerme vítima
dessa propensão malígna
de sentir o que se nega

Que mais este pranto
não seja tão breve e vão
quanto foram os de outrora

Desalme este infeliz varão
e expurgue de toda a emoção
esse pobre coração que chora.


Gustavo(Chicaum)