quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Cabra Lorenço

Pai já piscou a varanda
Mas nós ficamo a prosear
Dada as mão por entre as grade
Pra mod'amor me declarar

Numa risadinha faceira
A alça do vestido escorregou
Eu já enbaralhei as palavra
Mas o sopro do teu supiro me lembrou

Meu coração ardeu do ferro quente
Que teu olhar de dúvida me fincou
Já tava pensando no pior
Adiantando a minha dor.

Fui embora sem nenhuma resposta
Queimando as entranha por dentro
Voltei lá então confiante
Vi outro cabra na porta batendo

Tal dor não eu não aguentei
E não fiquei ali paradão
Esperei o cabra sair
E cravei a foice no coração.

Não se brinca com o Lorenço
Ninguém passa ele pra trás
A mulher agora é só minha
Outra opção já não tem mais

Passei lá de noitinha
E ela me recebeu ao pranto
Seu irmão mal tinha vindo
E o encontraram morto num canto

Meu coração ardeu do ferro quente
Do erro fatal que me pregou
Essa vida ingrata e triste
Que agora me-se acabou.

A alça do vestido caiu
Mas de tão triste não notou
Despedi sem cerimônia
Fui pensar em que eu sou.

Na vida eu sempre ouvi
Que é só Deus então
Que tira a vida do homem
Que faz parar o coração

Deus dá a vida
Mas só garante o começo
Eu de tão miserável
Esse dom já não mereço.

Livro então dum fardo
Esse mundo cheio de homem bão
Dou à terra esse miserável
Que dela não merece nem o chão.



Chicaum (Gustavo)

Um comentário:

Unknown disse...

aaai que triste :/
mas tá legal =))