segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Sinceridade

O que se diz não é
Sempre o que se quer dizer
Meias verdades inocentes
Ou mentiras para se abster

O que se diz não é
Sempre o que se vê
Por um sorriso, bobo
Tolos, deixamo-nos ser

Palavras são ditas
Umas outras foragidas
Se ou não verossímeis...
Mentes alheias de curiosidade padecidas

Amigos valem mais que ouro
Amor de irmão, o olhar irradia
Ás costas bem dizer descontrolado
Á frente desconfiável idolatria

O que se diz a quem se estima
Não vem do além, vem do coração
Para poupar do sofrer, porém
Inverdades descabidas tornam-se solução

O que se diz não é
Sempre o que se vê ou quer dizer
Mas para manter o equilíbrio
Tolos, deixamo-nos ser

Porém o sofrer estamos preparando
Para um futuro próximo, inesperado
Surpresas algumas deveras chocantes
Ao ser-humano-amigo-amado

Dizer a alguém o que se vê
É um bem querer, presente preocupação
Adiar a verdade crua, pura
É planejar um momento de consolação

Há de se ter uma forte convicção
Se a amizade tem os pés no chão
Para certas coisas poder dizer
É necessária tamanha compreensão

Não sendo omisso
Paz maior terá
Somente assim
Pode-se em alguém confiar

Sinceridade genuína
Não viaja por meios diretos
Espalha-se por supostos figurantes
Chegando ironicamente ao destino certo

Esta sim, sinceridade cristalina
Sinceridade virgem, inviolada
Sinceridade divina, sagrada
Sinceridade do fundo da alma

A menor distância entre dois pontos é a reta
Porém este nem sempre é o melhor caminho
Propague o que a humildade alheia esconde
Que em breve a recompensa bate à porta, sorrindo.


Chicaum (Gustavo)

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