segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Enganoso

A gente corria na chuva
Cheiro da terra molhada
O vento trazia paixão
A água as mágoas levava

O cabelo molhado no seu rosto
Instinto selvagem de menina
Seu sorriso iluminava a noite
Olhar profundo que não termina

A lua de ciúme mais brilhava
Esforço vão perante tua beleza
Até belo astro, luminoso
Mas não da sua grandeza

Sábia jovem de bela voz
Era um dom de natureza
Onde penetravam suas palavras
Já não havia mais a tristeza

Agora vejo-me aqui a sós com a chuva
A lua já não é mais a mesma
A água não cai mais animada
A noite não tem mais beleza

Tudo porque você
Mostrou-me flores sem espinhos
Levou-me ao auge do fervor
Fez-me viver no paraíso

A perfeição foi meu engano
Julgo agora tudo de outra forma
Aquilo que te deixa feliz
Um dia te deixa e vai embora

O que sobra é cinza
Vida retalhada
Marca forte, na pele
Marca da escolha malograda

Mentalidade nova, madura
Cautela constante a vida inteira
Tudo que é bom se torna belo
Mas nem sempre a recíproca é verdadeira.


Chicaum (Gustavo)

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