segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Nostalgia

Lágrimas descabidas
Descem sem permissão
Trazem o antigo
Belo modo de amar
De crianças inocentes
Brincando de mãos dadas
Só e mais nada.
Das flores cheirosas
Na janela felizes
Sede suprida
Pela terna senhora
Rodeada de netos
E à mesa o pão-de-ló.

Segura como se fosse
Num falso gesto se romper
Mão de porcelana, delicada
Da moça por quem suspira
De desejo puro
Que jamais na vida sentira
Seus olhos, seu toque
Saciam mais que as carícias.

Preso a esses pensamentos
De estranha nostalgia
De algo que jamais viveu
Algo que jamais sentira
Vê que é triste
Mesmo cheio de amor?
Cheio de vazio.


Chicaum (Gustavo)

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